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Mostrando postagens de julho, 2008

A conversão de Constantino

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Veja só que intrigante. Diz a tradição que Constantino se converteu ao cristianismo após avistar nos céus da Gália uma cruz e uma inscrição que dizia: "Neste sinal, conquistai". Ele estava em luta com seu oponente Maxêncio. Constantino mandou fazer estandartes com o sinal da visão, além de pintá-lo nos escudos de seus soldados. Maxêncio foi derrotado na Ponte Mílvia, o que motivou a conversão de Constantino em 312. Mas a sua conversão foi realmente sincera ou foi mais uma manobra política para atrair os cristãos para o seu lado? Ele foi um cristão convicto ou um oportunista? É claro que é muito difícil saber... Constantino foi batizado no seu leito de morte em 337. Isso seria um argumento para questionar suas convicções a respeito da fé cristã. Porém, isso era muito comum nos primeiros séculos do cristianismo. Muitas pessoas adiavam o batismo para não correr o risco de cometer um grande pecado mortal e perder a vida eterna. Adiar o batismo significava, num certo sentido,

A sociedade do fone de ouvido

Trata-se de um mundo bem estranho. Nesta sociedade cada um ouve apenas o que lhe interessa, razão do fone. As pessoas ficam profundamente aborrecidas quando alguém tenta falar com elas, pois precisam tirar o fone do ouvido, ouvir novamente e responder ao que foi dito. Geralmente, respondem bem rapidamente e retornam com o fone. Somente falam com alguém quando precisam de alguma coisa que não podem resolver sozinhas. Ninguém compartilha nada... nem alegrias, nem sonhos, nem tristezas, nem angústias. Nessa sociedade os pais desconhecem os filhos (não falam com eles, que sempre estão com o fone no ouvido). Já os filhos não possuem amigos (somente virtuais). Muitos vivem à base de antidepressivos e acham normal, como chupar bala. Na sociedade do fone de ouvido muitos já desaprenderam a conversar, perderam a prática, não estão mais acostumados. Ficam com o fone o dia todo, e alguns, precisam do fone tocando alguma coisa para conseguir dormir. Na sociedade do fone de ouvido muitos descon

Debate entre Lula e Collor

Por esses dias pude assistir o segundo debate entre Lula e Collor para as eleições de 1989. Naquela época eu tinha 12 anos! Agora, nos meus 30 anos, foi tão difícil crer que aquele debate realmente tenha ocorrido daquela maneira... Revendo-o, parece mais algo fantástico, coisa criada pela imaginação humana. E, de certa forma, não foi? Pior que foi... Penso que se o Lula tivesse vencido em 1989, certamente sofreria um golpe. Mesmo assim, revisitar todo o esforço nacional (e internacional), de gente endinheirada e importante para garantir a vitória de Collor da forma mais inescrupulosa possível, fez-me pensar: "Como isso pode acontecer? Não, não posso crer que realmente foi assim..." E foi! Alguém se lembra do jornalismo de baixo nível da Rede Globo quando ela fez a edição do debate no Jornal Nacional salientando os piores momentos de Lula e os melhores momentos de Collor, dando um tempo muito maior de exposição ao colorido? Agora é possível ver o debate que a própria Rede G

Mulheres modernas e o ponto cruz

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Minha esposa me fez observar um coisa interessante que parece acontecer cada vez mais, embora não seja uma lei geral. O mundo ainda é dos homens. Porém, o século XX é marcado por grandes conquistas femininas, apesar de muitas mulheres ainda não serem tratadas com a dignidade que merecem. Penso em um caso específico: a conquista das mulheres no mercado de trabalho. É bem verdade que isso ocorreu para substituir os homens que foram para guerra. Além disso, as mulheres que sempre trabalharam mais (em casa), diante das dificuldades econômicas, tiveram de sair cumprindo jornada dupla. Estas mulheres, que sempre foram mais exploradas que os homens, podem ser exemplos de vida para muita gente. Porém, penso naquelas poucas mulheres, de número cada vez mais crescente, que estudam, se formam, escolhem sua profissão e tentam se realizar nela. Conseguem um bom emprego e até assumem cargos de direção com salários que nenhum professor vai ganhar na vida. Elas ocupam funções que antes eram res

As termas romanas e o banho nosso de cada dia

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Minha professora de Paleografia dizia que quando era estudante na França, o aluguel que ela pagava na pensão era bem maior que o cobrado das moças de outros países. A dona da pensão dizia - horrorizada - que os estudantes brasileiros tomavam banho todos os dias!!! Portanto, gastavam mais. Sabemos que o hábito do prazeroso chuveirinho quente diário foi herdado dos índios que se banhavam muitas vezes nos rios. Imaginem a inhaca que os indígenas sentiram quando Cabral desembarcou no litoral brasileiro... Talvez, isso seja explicado pelo fato de morarmos “num país tropical abençoado por Deus”. Já o clima lá na Europa... Então, banhar-se não parece um costume muito caro para eles. Mas, e os banhos públicos nas termas romanas? Os romanos eram mais higiênicos que os seus sucessores? Na verdade, os banhos faziam parte de um dos muitos prazeres públicos que os romanos jamais abriam mão. Segundo o historiador Paul Veyne, “o banho não era uma prática de higiene, e sim um prazer complexo”. As

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